COMO ERA O PANO DE FUNDO POLÍTICO E FILOSÓFICO DA RENASCENÇA, DE ONDE BROTOU A REFORMA PROTESTANTE?


Categoria: Filosofia
Imagem: Arte renascentista - Estudo Prático
Publicado: 21 de Fevereiro de 2011, Segunda Feira, 14h54

Meu caro leitor, no pano de fundo do pensamento renascentista se destacam algumas figuras de vulto, começando com Nicolau de Cusa e terminando com Giordano Bruno. É uma nova concepção filosófica do mundo e da vida, ainda não bem claramente esboçada, de que seus próprios autores, às vezes, não tem clara consciência. É uma época de transição, em que novo e velho se entretecem mutuamente.

A maior conquista do pensamento da Renascença está na história humana e na ciência natural. Daí derivam, em seguida, a ciência política e a técnica científica, que tiveram o seu grande início. É o fruto do vivo interesse e da penetrante observação da experiência e do concretismo, quase desconhecidos do pensamento clássico e medieval.

A expressão clássica da nova ciência política é Nicolau Machiavelli, que não era filosófico, mas teórico da técnica política, embora seu pensamento esteja alicerçado na metafísica do humanismo e do imanentismo renascentista. Galileu Galilei é a maior expressão da ciência nova. Ele também não foi filósofo, mas teórico e técnico da renovada ciência da natureza, mesmo que tenha validades e faça afirmações de alcance metafísico.

Embora a Renascença seja de caráter imanentista e humanista, e não se harmonize com o catolicismo romano da época, o Cristianismo não esteve ausente dela, e muito menos da vida transcendente e ascética. O verdadeiro Cristianismo da Renascença pode ser representado pelo Protestantismo, e, em especial, pelo Protestantismo Luterano.

Apesar de tantos de seus aspectos exteriores estarem em oposição com o espírito renascentista, o Protestantismo exprime, no fundo, o mesmo ideal imanentista e individualista da Renascença. Assim, podemos considerar a Reforma Protestante como sendo a religião da época nova, e, em seguida, na Contra-Reforma Católica como natural reação, ou melhor, como desenvolvimento lógico do Cristianismo Católico perante as duas novas tendências de pensamento e de vida.

Os ensinamentos da Reforma baseiam-se na Bíblia Sagrada e vão de encontro a diversos dogmas fundamentais no catolicismo. A Contra-Reforma é o movimento de reação e de renovação contra a Reforma e a Renascença. Culmina no Concílio de Trento (1546-1563), e tem como sua maior expressão a Ordem dos Jesuítas da Companhia de Jesus, fundada em 1534.

Do ponto de vista filosófico, a Contra-Reforma tem como característica fundamental a valorização do concretismo moderno, mas subordinado a uma reafirmação profunda e vigorosa da transcendência e do ascetismo.

Da Itália, berço do humanismo e da Renascença, o Renascentismo propagou-se por toda a Europa civilizada, que, aliás, estava preparada para receber estas novas formas de pensamento e de vida. Nas grandes nações européias o humanismo e o renascimento se interessam especialmente pelos problemas religiosos, que, entretanto, não despertaram na Itália demasiado interesse possivelmente em virtude da intolerância do catolicismo romano.

 

Fonte: 201 Respostas Para o Seu Enriquecimento Espiritual e Cultural. Abraão de Almeida, CPAD.


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